O primeiro alimento transgénico no mercado: Tomate Flav Savr
Organismos geneticamente
modificados sofreram alterações do seu património genético de forma a
manifestarem características fenotípicas que de outra forma não apresentariam. Assim
sendo, estão ligados, naturalmente, a vantagens e desvantagens. Estes apresentam
uma maior resistência a pragas, o que permite a produção de maiores
quantidades, bem como uma melhoria dos seus fatores nutricionais. No entanto, a
proliferação destes organismos faz diminuir as espécies selvagens e, consequentemente,
a biodiversidade. Por outro lado, muitas vezes causam reações alérgicas aos
consumidores.
Estes são comercializados desde
1994, sendo que o primeiro alimento transgénico a surgir no mercado foi o
tomate Flav Savr. Os tomates apresentam uma enzima, a poligalacturonase (PG),
que dissolve a parede das células, provocando o amolecimento do fruto. Para
aumentar o período de viabilidade do tomate, investigadores tentaram diminuir a
acumulação da enzima PG, através da introdução de um gene alterado que iria
reduzir a sua síntese. Posteriormente, observou-se que os alimentos sujeitos a
alteração produziam cerca de 1% da PG presente em tomates normais. Esta técnica
viria substituir outra muito utilizada: Os agricultores apanhavam o fruto ainda
verde e depois tratavam-no com etileno, o que lhes conferia uma cor mais
avermelhada, mas não o sabor completo do tomate.
Em maio de 1994, o tomate
FalvSavr chegou aos mercados, sendo alvo de uma elevada procura. No entanto,
este produto nunca foi verdadeiramente rentável, devido aos seus elevados
custos de produção e distribuição. Posteriormente, em 1996, começou a ser
vendida pasta feita a partir deste tomate, que tinha agora um preço bastante
inferior, devido a uma otimização do processo que permitira uma redução
considerável do custo de produção. No entanto, em 1998, as vendas declinaram
drasticamente, depois de se ter insinuado que ratos de laboratório alimentados
com batatas transgénicas haviam apresentado problemas ao nível do seu trato
gastrointestinal, devido às técnicas de engenharia genética utilizadas.
Uma análise independente dos
dados revelou que estas informações eram incorretas, mas o dano estava feito: A
insegurança dos consumidores levou a que a pasta de tomate modificado nunca
mais voltasse ao mercado.
Elisabete Fino
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