Reflexão
Terminado este projeto, é agora
hora de refletir sobre o mesmo.
Ao nível da tipologia, creio que
a criação de um blogue pode permitir uma melhor distribuição do trabalho ao
longo do tempo, levando a um menor volume do mesmo em cada momento. Deste modo
permite que o projeto seja realizado de forma mais progressiva, sem interferir
em grande escala com o trabalho designado por outras disciplinas. Por outro
lado, conduz também uma pesquisa mais autónoma que pode levar à apreensão de um
maior espetro de conhecimentos, mais adequados à nossa preferência. Para além
disso, o trabalho por nós produzido fica disponível para a consulta de outros
que, no futuro, possam precisar dele.
Quanto ao tema, a engenharia
genética é uma área extremamente abrangente, estando associada a um grande
debate, nomeadamente acerca de questões éticas. Sendo a genética a origem da
vida, muitos consideram o genoma intocável, opondo-se à manipulação do mesmo,
nomeadamente ao nível dos embriões humanos, tal como foi referido num artigo anterior
deste mesmo blogue. No entanto, não é sobre esse tópico que viso debruçar-me,
mas sim sobre a temática dos testes em animais.
Se por um lado é certo que as
experiências em animais têm vindo a permitir consideráveis avanços científicos
que levaram a melhorias na qualidade de vida das pessoas, não haverá também um
limite para a utilização de uma vida que nos é alheia? Vejamos a origem da
engenharia genética, também previamente abordada. Foram criados ratos de
laboratório para que se lhes injetasse um vírus oncológico a fim de comprovar
uma hipótese científica. Posteriormente, também embriões foram inoculados com
um vírus cancerígeno e foi estudada a transmissão desta doença ao longe de
diversas gerações.
Sem dúvida que estes estudos
foram reveladores, mas creio que é também importante salientar que os animais –
ainda que não possuam razão – à semelhança dos humanos, sentem dor. Aliás, a
sua fraca racionalidade apenas não lhes permite comunicar essa dor. Foram
criadas vidas – até porque uma vida animal também é uma vida – pautadas
meramente pela dor. Os humanos possuem o livre-arbítrio para consentir (ou não)
qualquer teste médico que se lhes faça, mas estes animais são testados sem
qualquer atenção ao sofrimento físico e até psicológico que tal lhes possa
trazer. Foram sacrificados em benefício de uma espécie dita superior, mas que
na sua “superioridade” vai lentamente aniquilando o planeta e todas as espécies
que o rodeia, através do desperdício de recursos e da poluição, por exemplo.
Nunca é demais repetir: A vida
animal também é vida; a dor do animal também é dor. O ser humano não é superior
à restante natureza, é parte dela.
Claro que a nossa qualidade de
vida é importante, mas a dos animais não pode ser desprezada. Impõe-se então
uma questão: Até que ponto os fins justificam os meios?
Elisabete Fino
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